Anel Viário de Valença: uma longa novela, já sem muita audiência, com novos capítulos

Avanço, por enquanto, só no papel. Mas já é alguma coisa..

O assunto ficou muito tempo estacionado na “fase do palanque” 

O tão falado Anel Rodoviário de Valença, que poderia resolver a questão do trânsito da cidade, ficou no sonho e na ideia vaga (sem nenhuma providência para que se efetivasse) durante anos.

Os ex-governadores Wagner e Rui sempre tocaram neste assunto, que fazia parte do elenco repetido de promessas para a maior cidade do Baixo Sul e também municípios vizinhos.

Como seria o anel ou os anéis viários

Basicamente, esta obra é um desvio entre duas entradas do município, para que haja uma rota alternativa de escape dos veículos que, obrigatoriamente, passam por Valença, a fim de chegarem a outros destinos. Explicando melhor, seria um “arrodeio”, uma via de atalho que arrodearia a travessia urbana para não ter que enfrentar o trânsito lento e os congestionamentos constantes. Ou seja, os motoristas que viessem de Nazaré pegariam uma espécie de viaduto ou contorno viário ao chegar ali pelo Posto Líder I e do Motel Líder, por exemplo, e já sairia lá em Cajaíba direto, num fluxo mais livre, o que diminuiria muito o tempo perdido em Valença para quem está só de passagem e também retiraria boa parte dos veículos de dentro da cidade.

Dessa forma, quem não quisesse ou não precisasse parar em Valença naquele dia, seguiria um tráfego expresso pela BA 001. Esses desvios também estariam previstos nos municípios de Taperoá até Camamu.

A coisa avançou

Apesar da conjugação dos verbos no texto acima estar no futuro do pretérito (como se fosse uma suposição ou uma ideia de que ia ser mais não foi), essa possibilidade saiu da teoria e do blá blá blá de época de campanha, se transformou em ação e andou no último ano. Sim, é verdade, foi pra frente, acredite. Com pouco alarde, sem muita ênfase na divulgação, pelo menos na etapa burocrática das providências, está encaminhado: atualmente na fase do papel.

A licitação, realizada pelo Governo da Bahia, para a contratação da empresa para elaborar esse projeto começou em 2023 (Concorrência Pública 014/2023) e foi concluída no ano passado. O contrato firmado em novembro de 2024, quando foi publicado no Diário Oficial. Quem venceu foi o Consórcio Contornos, formado pelas empresas: ENCIBRA S.A. ESTUDOS E PROJETOS DE ENGENHARIA, ENGECONSULT CONSULTORES TÉCNICOS LTDA, e OIKOS PESQUISA APLICADA LTDA.

O objeto foi a contratação de Empresa Especializada para Elaboração Trabalho Técnico-Profissional de Elaboração de Projeto Executivo Final de Engenharia para as Obras de Implantação dos Contornos Viários da BA-001 nas Cidades de Nazaré das Farinhas, Valença, Taperoá, Nilo Peçanha, Ituberá, Igrapiúna e Camamu, numa extensão total estimada em 43,1 km.

O valor a ser pago, só nessa elaboração do projeto, é de R$ 7.333.677,84 (sete milhões, trezentos e trinta e três mil, seiscentos e setenta e sete reais e oitenta e quatro centavos).

Ordem de serviço assinada: por enquanto, continua na “fase do papel” 

Os capítulos dessa novela seguem demorados e cansativos e, pela pouca audiência – ou falta de fé – da população, passaram desapercebidos, mas, quem sabe, agora vai!