Diante de novos e repetidos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, parrticularmente às urnas eletrônicas, bem como a incitação de manifestações de repúdio aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente a corte deu uma resposta direta em defesa da democracia.
Na reabertura dos trabalhos após o recesso de meio de ano, Luiz Fux pediu que os candidatos às eleições deste ano "respeitem os seus adversários" e disse que confia "na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar o ciclo de 2022 sem incidentes". Bolsonaro não foi citado pelo ministro.
Fux elogiou os próximos presidente e vice-presidente do Supremo, ministra Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, que assumem os cargos em setembro e destacou a importância do pleito que se aproxima. "Rememoro que, daqui a dois meses, a população brasileira vivenciará um dos momentos mais sensíveis de um regime democrático, qual seja, as eleições, nas quais se externa o exercício do direito-dever inalienável de cada cidadão, que se consubstancia no voto popular", disse Fux.
O presidente do STF também aproveitou a oportunidade para celebrar e atestar a confiança no sistema eleitoral brasileiro. "Felizmente, nossa democracia conta com um dos sistemas eleitorais mais eficientes, confiáveis e modernos de todo o mundo, mercê de ostentar no seu organismo uma Justiça Eleitoral transparente, compreensível, e aberta a todos aqueles que desejam contribuir positivamente para a lisura do prélio eleitoral."
Fux ainda ressaltou a importância do confronto de ideias, com o respeito à diferença, em nome de uma convivência civilizada. "É que, a despeito de nossas ricas e salutares diferenças de ideais, opiniões e perspectivas, somos um só povo e um só país. Nesse contexto de pluralidade e de interdependência, a prosperidade do nosso Brasil - seja qual for o resultado das urnas - exige que, ao longo de todo esse processo, sejamos capazes de exercer e de inspirar nos nossos concidadãos os valores da civilidade, do respeito e do diálogo. "
Disse ainda que todos têm liberdade constitucional de se manifestar e expressar suas divergências, "sem censuras ou retaliações". Contudo, acrescenta, "forçoso ter em mente que o exercício dessas liberdades exige respeito e responsabilidade para com o próximo e para com o país"